Aberrações Cromossômicas Numéricas


Aneuploidias: as células que tem um cromossomo faltando ou um extra, são chamadas de aneuplóides (conjunto não bom). O erro meiótico que causa aneuploidia é chamado de não-disjunção.   Na não-disjunção, um par de cromossomos falha em se separar na primeira ou segunda meiose, o que produz um espermatozóide ou ovócito que tem duas cópias de um determinado cromossomo, ou nenhuma, e não o normal de uma cópia. As consequências da não-disjunção durante a meiose I e a meiose II são diferentes: quando o erro ocorre na Meiose I, os gametas apresentam um representante de ambos os membros do par de cromossomos ou não possuem todo um cromossomo; quando o erro ocorre na Meiose II, os gametas anormais contém duas cópias de um cromossomo parental ( e nenhuma cópia do outro) ou não possuem um cromossomo. Muito embora as aneuploidias sejam mais frequentemente decorrentes de erros meióticos, deve-se ter sempre em mente a possibilidade delas resultarem de perda cromossômica ou de falta de disjunção das cromátides durante a primeira divisão mitótica do zigoto, ou durante a segmentação de um dos blastômeros. Se a não-disjunção ocorrer na mitose, após a formação do zigoto, poderá causar um mosaicismo, com duas ou mais linhagens celulares. As conseqüências deste mosaicismo dependerão da precocidade que ocorrer a não-disjunção. Além da não-disjunção, também o retardo anafásico poderá originar aneuploidias. Trata-se de um atraso na separação dos homólogos ou cromátides irmãs durante a anáfase. Mosaicismo: chama-se mosaico a um indivíduo com dois materiais genéticos distintos. Geralmente, esse distúrbio ocorre como uma variação no número de cromossomos nas células do corpo. Mosaicismo Somático: Quando ocorre uma mutação durante o desenvolvimento embrionário manifestando-se como anormalidade segmentar ou desigual.

Mosaicismo da Linhagem Germinativa: Quando ocorre uma mutação numa célula da linhagem germinativa ou precursora, persistindo em todos os descendentes clonais da célula e depois em certa proporção dos gametas. Um exemplo clássico é a Drosophila; o zigoto começou como fêmea, olho branco e asa miniatura. A perda de um alelo do tipo selvagem x na primeira divisão mitótica resultou em duas linhagens celulares, e finalmente em uma mosca que difere de um lado para outro quanto ao sexo, à cor do olho e ao tamanho da asa. Quando em conseqüência desses processos de não-segregação falta um cromossomo de um dado par, isto é, quando o número de cromossomos da célula é 2n - 1, diz-se, que a célula apresenta monossomia para este cromossomo. Se faltam os dois elementos do mesmo par 2n - 2, tem-se nulisomia. Se, pelo contrário, houver aumento do número de cromossomos de um determinado par, a célula será polissômica para o cromossomo em questão; ela será trissômica, tetrassômica, pentassômica etc., conforme tiver 1, 2 ou 3 cromossomos a mais, sendo, nesses casos, o seu número cromossômico designado por (2n + 1), (2n + 2), (2n + 3) etc.

Sindrome de Turner (45,X)
Esta monossomia tem um complemento de 44 autossomos e um cromossomo X. A anomalia cromossômica associa-se com um fenótipo feminino anormal. Os adultos não têm ovários, apresentam características secundárias limitadas e são estéreis. Apesar de mais de 20% dos abortos espontâneos com aberrações cromossômicas possuírem cariótipo 45 X, ainda assim, uma proporção considerável de mulheres apresentam geralmente baixa estatura, não mais que 150 cm; linha posterior de implantação dos cabelos baixa (na nuca) ; pescoço alado; retardamento mental; genitálias permanecem juvenis; ovários são atrofiados e desprovidos de folículos, portanto, essas mulheres não procriam, exceto em poucos casos relatados de Turner férteis; devido à deficiência de estrógenos (hormônio feminino) elas não desenvolvem as características sexuais secundárias ao atingir a puberdade, sendo, portanto, identificadas facilmente pela falta desses caracteres; assim, por exemplo, elas não menstruam (isto é, tem amenorréia primária); grandes lábios despigmentados; pêlos pubianos reduzidos ou ausentes; desenvolvimento pequeno e amplamente espaçados da mamas ou mamas ausentes; pelve andróide, isto é, masculinizada; pele frouxa devido à escassez de tecidos subcutâneos, o que lhe dá aparência senil; unhas estreitas; tórax largo em forma de barril; anomalias renais, cardiovasculares e ósseas No recém nascido, há freqüentemente edemas nas mãos e no dorso dos pés, que leva a suspeitar de anomalia. Não exibem desvios de personalidade, ou seja, sua identificação psicossocial não é afetada.

Síndrome de Klinefelter 47-XXY
Síndrome que associa no homem jovem um desenvolvimento anormal dos seios (ginecomastia), atrofia testicular, ausência de formação de espermatozóides (azoospermia) e uma elevação da concentração do hormônio hipofisário FSH. (O cariótipo mais comum é 47, XXY. As demais variantes cromossômicas são as responsáveis por uma debilidade mental bem mais grave.) Os pacientes são altos e magros, com membros inferiores relativamente longos. Após a puberdade os sinais de hipogonadismo se tornam óbvios. Os testículos permanecem pequenos e os caracteres sexuais secundários continuam subdesenvolvidos.

Trissomia do 13 -Patau
A trissomia do 13 é clinicamente grave e letal em quase todos os casos que sobrevivem até 6 meses de idade. O cromossomo extra provém de não-disjunção da meiose I materna e cerca de 20% dos casos resultam de uma translocação não-balanceada. O fenótipo inclui malformações graves do sistema nervoso central. Um retardamento mental acentuado está presente. Em geral há defeitos cardíacos congênitos e defeitos urogenitais. Com freqüência encontram-se fendas labial e palatina, anormalidades oculares, polidactilia.

Trissomia do 18-Edwards
A trissomia do cromossomo 18 apresenta trissomia regular sem mosaicismo, isto é , cariótipo 47, XX ou XY, +18. Entre os restantes, cerca de metade é constituída por casos de mosaicismo e outro tanto por situações mais complexas, como aneuploidias duplas, translocações. As manifestações incluem retardamento mental e atraso do crescimento e, às vezes malformações graves no coração. A boca é pequena. O pescoço é curto. Os genitais externos são anômalos. Os pés têm as plantas arqueadas.

Síndrome de Down (trissomia 21)
Doença congênita caracterizada por malformações dos órgãos, retardamento mental de moderado a severo, língua espessa, pés e mãos de pequenas dimensões, alterações nas feições. É resultante de uma anormalidade na constituição cromossômica: os indivíduos afetados apresentam um cromossomo extra - que se acrescenta ao par de número 21 - em suas células. A freqüência com que esta síndrome se manifesta é de uma para cada 500 crianças nascidas vivas e é superior para concepções em mulheres com idade acima de 40 anos. A Síndrome de Down ou trissomia do 21, é sem dúvida o distúrbio cromossômico mais comum e a mais comum forma de deficiência mental congênita. Geralmente pode ser diagnosticada ao nascimento ou logo depois por suas características dismórficas, que variam entre os pacientes, mas produzem um fenótipo distintivo. Os pacientes apresentam baixa estatura. O pavilhão das orelhas é pequeno e dismórfico. A face é achatada e arredondada. A boca é aberta, muitas vezes mostrando a língua sulcada e saliente. As mãos são curtas e largas, freqüentemente com uma única prega palmar transversa. O fator idade na síndrome de Down pode refletir o fato de que a meiose na mulher só é completada após a fertilização; quanto mais idade tiver uma mulher, mais tempo seus ovócitos ficaram parados até completar a meiose; durante esse período, os ovócitos podem ser expostos a substâncias que danificam cromossomos, como vírus, radiação. À medida que a mulher envelhece, libera seletivamente ovócitos normais a cada mês desde a puberdade, e ovócitos anormais se acumulam, até serem liberados.

Síndrome do Duplo Y - 47-XYY
É um dos cariótipos mais freqüentemente observados. Hoje sabe-se que os homens XYY são aparentemente normais. Os únicos sintomas atribuídos ao cromossomo extra pode ser a grande estatura, acne e talvez, problemas de leitura e fala. A síndrome de jacobs pode surgir de não disjunção no homem, produzindo um espermatozóide com 2 cromossomos Y que fertiliza um ovócito X.

Trissomia do Triplo-X 47-XXX
As mulheres com trissomia do X não são fenotipicamente anormais. Nas células 47, XXX, dois dos cromossomos X são inativados e de replicação tardia. Quase todos os casos resultam de erros na meiose materna. Algumas mulheres com trissomia do X são identificadas em clínicas de infertilidade e outras em instituições para retardados mentais, mas provavelmente muitas permanecem sem diagnóstico.