Nos dias de hoje, para um jovem conseguir um emprego não é coisa fácil, ainda mais se ele morar em ambientes precários na periferia de uma grande cidade, e viver também diariamente com a falta de segurança, a precariedade no saneamento, saúde e transporte público e com as raras oportunidades de ensino gratuito. É esta a realidade que se enfrenta em Capão Redondo, no extremo sul de São Paulo, como a Casa do Zezinho (www.casadozezinho.org.br), ONG criada há 16 anos que procura resgatar por meio da arte e da educação 1200 crianças e jovens desta situação adversa e de poucas perspectivas.
Para capacitar este jovem ao mercado de trabalho, oferecem-se oficinas de gastronomia, design gráfico, web 2.0, estúdio de som e foto e vídeo. Com alta carga semanal de atividades com comunicação, números, inglês, informática, artes e até curso de coaching, que orienta o jovem nas questões que ele enfrentará no mercado de trabalho: como se comportar em uma entrevista de emprego, saber dar e receber feedback quando estiver trabalhando e a preparar um currículo competitivo.
Mas todo esse esforço esbarra na dificuldade em colocar no mercado jovens que não tenham 18 anos e ainda não concluíram o ensino médio. Semanalmente recebemos pedidos de encaminhamento de “zezinhos” a vagas de empregos, mas sempre existe essa limitação nos critérios de idade e formação escolar. Assim jovens que têm16 ou 17 anos e estão no segundo ou terceiro ano do ensino médio perdem excelentes oportunidades de entrar no mercado de trabalho. E isso, na maioria das vezes, por causa de uma restrição motivada muito mais pelo desconhecimento do que por uma premissa baseada na realidade. Existe um programa, o Menor Aprendiz, onde é possível a qualquer empresa empregar jovens abaixo dos 18 anos e que estejam cursando o ensino médio. Contratando esse adolescente, o empresário, além de abrir as portas do mercado de trabalho, ainda ajuda na formação deste aprendiz, que uma vez por semana participa de curso de capacitação profissional. Ou seja, se a maioria das empresas aderisse ao programa, teríamos mais moças e moços no mercado de trabalho, aumentaríamos sua qualificação profissional e ajudaríamos muitos deles a elevar seu padrão de vida e de sua família. É mostrado a este jovem que luta para sobreviver em um ambiente tão hostil e repleto de tentações vindas da criminalidade, que outro mundo é possível de ser alcançado. É a chance de indicar com ações que ser um cidadão neste país não é um direito só de alguns, mas de qualquer brasileiro.