
Chega uma hora na vida de todo fotógrafo que ele quer evoluir. Você começa com uma compacta, depois passa para uma compacta avançada, que é seguida por uma DSLR de entrada e assim vai até chagar a uma full frame (não estou lá ainda). Porém, várias outras coisas vão aparecendo pelo caminho e você se vê gastando o dinheiro do aluguel em tripés, lentes, flash, filtros e uma infinidade de outros cacarecos que te fazem muito feliz. Um belo dia, quando começar a pensar em ganhar uma graninha com fotografia, você vai querer montar um estúdio. É nesse momento que a coisa fica complicada, eu tive um professor que sempre dizia que montar um estúdio fotográfico ficava mais barato do que montar um carrinho de cachorro quente. Concordo com ele, mas existem estúdios de diferentes tamanhos e estilos. O estúdio ideal para mim, montado com equipamentos de primeira linha, não custaria menos que R$ 60.000,00, mas é nessa hora que eu caio da cama e o sonho acaba. Faz alguns anos que penso em montar um estúdio para mim. Fui empurrando com a barriga, mas decidi que a coisa deveria começar a acontecer.
Conheço grandes profissionais que usam os flashes da Atek e sua linha de acessórios há muitos anos e não pensam em trocar agora. Bem, depois de escolhida a marca, vem a parte mais difícil. Achar o melhor preço. Como iria comprar apenas duas tochas (nome usado para os flashes de estúdio) teriam que ter uma potência razoável para poder iluminar totalmente o assunto fotografado, na parte de trás do flash temos os quatro únicos botões de controle. O primeiro liga a luz de modelagem. O segundo liga o flash. Com o terceiro podemos escolher se o flash vai disparar com carga total ou meia carga. O terceiro botão é para teste do flash. Nessa parte do equipamento também temos o indicador de carga (que mostra que o flash está pronto para ser disparado), os conectores para o cabo de sincronismo (foi fornecido um com cada flash) e a fotocélula, responsável pelo disparo do flash através de outra fonte de luz. Tudo montado, tudo visto certinho, agora é hora de usar. Mas, a coisa fica mais complicada do que parece. Não é apenas colocar uma sombrinha de cada lado e sentar o dedo no obturador. A primeira coisa que bate na cabeça do fotógrafo iniciante é como regular a câmera, que tem que ser usada no manual, sem uma indicação TTL do flash? Simples, na falta de equipamentos específicos a gente usa o olhômetro. Mas, já vou dizendo que não é muito eficaz, pois tentar acertar a exposição através do visor LCD da câmera não é uma das coisas mais simples que podemos fazer, aqui faço uma pequena observação. Não tem como trabalhar satisfatoriamente em estúdio sem três coisas, esses três requisitos serão temas dos próximos textos dessa série sobre estúdio,depois de muito sofrer para achar a melhor posição dos dois flashes, me rendi ao conhecimento já construído e fui seguir aquilo que os mestres ensinam. O pior erro que podemos cometer é usar as duas fontes de luz posicionadas dos dois lados da modelo em um mesmo ângulo. Isso causa uma luz sem graça e inevitavelmente duas sombras na modelo. A melhor maneira de fotografar é utilizando um dos flashes a 90º da modelo e um pouco mais alto do que ela, para que a luz a ilumine por inteiro. A segunda luz ficará um pouco atrás, para dar apenas um preenchimento no cabelo e delinear as formas. Juntamente a esse esquema, podemos colocar alguns rebatedores para eliminar sombras mais duras,com o tempo, você vai sentir falta de mais duas fontes de luz, uma para o fundo e outra para o cabelo, mas é possível começar apenas com esse Kit básico.