Medicina natural - Terapia alternativa


Conhecimento popular e suas aplicabilidades na medicina

O conhecimento popular, crendices e também a cultura de alguns grupos sociais podem intervir cada vez mais no que se trata de cuidados de saúde, onde muitas vezes os profissionais de saúde devem ser informados sobre as crenças e praticas que seus pacientes possuem, para que possam cuidar da melhor forma possível do tratamento do mesmo. O uso de ervas medicinais é muito comum, sendo que muitas delas são cultivadas no fundo do quintal, é considerada uma pratica muito antiga e transmitida de pessoa para pessoa de uma forma oral e sem nem um tipo de estudo em cima do assunto.

Casos como a cura de uma cólica infantil com chá de camomila ou erva doce e também o mal estar que é causado pela ressaca com o chá feito à base de folhas de boldo, que são feitos sem nem um tipo de receita e sempre comumente encontrados. Outro ótimo exemplo é no que se trata da parte religiosa das pessoas, por conta de que muita gente faz o uso de benzimento, orações e também simpatias e demais crendices, quando se trata do coto umbilical de bebes, alteração do sono e também outras intervenções que a saúde de uma pessoa pode vir a sofrer.

Pode ser em alguns casos considerados benéficos por conta de que em algumas populações que não tem acesso a medicamentos, sendo que para isso se deve sempre trazer garantias cientificas à essas praticas terapêuticas trazendo então muitas vantagens. Um trabalho muito interessante que trata sobre este assunto é o realizado por Keli Regiane Tomeleri, que é mestre em enfermagem e professora da Universidade do Norte do Paraná – UNOPAR de Londrina (PR) e também Sonia Silva Marcon doutora em enfermagem professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Maringá UEM em Maringá (PR).

Este trabalho identificou e descreveu os cuidados populares que foram adotados por mães adolescente no cuidado com os filhos durantes os seis primeiros meses de vida, sendo todas elas residentes da cidade de Cambe – PR, toda na faixa etária entre 15 e 18 anos de idade. É muito comum que perceber que o puerpério, que nada mais é do que o período pós-parto, é repleto de mitos, crenças e costumes, onde sempre respeitando o mundo sócio-cultural mas na medida em que não esteja prejudicando de nem uma forma a saúde da mãe e do filho.

Durante as entrevistas foi mostrado que ao longo dos seis meses as mães adotavam algumas praticas que eram embasadas em algumas experiências de sua família ou até mesmo em suas próprias experiências. Por conta do clima muito quente que a região possui muitas delas tiveram grande duvidas se podiam dar água aos seus filhos, sendo que elas forma sempre orientadas a não oferecer nada alem do leito materno. Outra coisa que foi possível ver é que mesmo sendo desencorajadas pelas suas mãe, algumas das adolescentes acreditavam que a chupeta tinha um grande poder para ajudar a acalmar o bebe, sendo que até mesmo algumas delas achavam bonito a criança usar chupeta, sendo que algumas até mesmo compraram antes do bebe nascer.

Preocupações com o coto umbilical foi muito evidente também, por ser tido como algo perigoso, onde muitas delas guardaram o mesmo para que desse sorte. Para que pudesse evitar que a criança trocasse a noite pelo dia, algumas delas alegaram que colocavam as roupas no bebe pelo lado avesso. Uma coisa que no trabalho mostrou que a medicina popular e a ciência andou em conjunto para um resultado potencializado foi quando uma entre as crianças tomou a vacina tetravalente e apresentou reação à primeira dose com hipertermia acompanhada de mal estar e apatia, onde a mãe no caso, diante da situação usou do cuidado popular de fazer o banho de imersão para aliviar a temperatura, porem também ministrou medicação anti-térmica.

Já no que se trata de ervas medicinais, foi possível ver presente em muitas situações que se trata de alguns problemas como cólica intestinal e também como calmante natural, sendo que algumas das mães usaram chás que já faziam parte da cultura da sua família. Porem já engajado no assunto de fitoterapia com a junção de conhecimento popular é muito importante que também seja citado o projeto que vem sendo realizado desde o ano de 1985 pelo farmacêutico Francisco Jose Abreu Matos, da Universidade Federal do Ceará que é intitulado de “Projeto Farmácias-Vivas”.

É um projeto totalmente voltado para a saúde publica, onde com as plantas, é possível o tratamento de aproximadamente 80% das enfermidades mais simples e corriqueiras da população de baixa renda. Para que este trabalho tenha o seu desenvolvimento, foi utilizado o conhecimento popular de uma forma cientificada, onde o próprio coordenador do projeto mostra que 64 espécies de plantas medicinais que estão presentes na região nordeste já estão selecionadas e também já fizeram com que o seu uso fossem analisada de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), sempre garantindo a segurança dos pacientes e também a eficácia de resultados.

Para que tenham as plantas selecionada antes de tudo é feito um levantamento etnobotânico, onde em seguida feito um levantamento bibliográfico e também teste laboratoriais, tendo todas as informações coletadas e armazenadas em um banco de dados, onde em seguida tem a sua eficácia e segurança terapêuticas são avaliadas. Todas as variedade que são coletadas vão para o horto de plantas medicinais que ficam instalado no campus da UFC (Universidade Federal do Ceará), que passam pelo processo de domesticação e também preparação de mudas, tendo o acompanhamento e orientação de um engenheiro agrônomo para que mais tarde seja cultivada nas hortas de cada farmácia-viva.

Os medicamentos são completamente elaborados e preparados em um laboratório fitoterápicos onde são supervisionado por um farmacêutico especializado. Com base nos estudos até hoje realizados foi possível encontrar e comprovar a eficiência de alguns medicamentos como é o caso da tintura ou o sabonete liquido de alecrim-pimenta (Lppia sidoides) que tem um alto poder anti-séptico; o creme vaginal de aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva) que age com muita eficácia no tratamento de cervicite e cervicovaginite.

O elixir de aroeira possui uma ação semelhante às preparações de espinheira-santa (Maytenus ilicifolia) para que se faça o tratamento de gastrite e ulceras gástricas e também as capsulas de hortelã-rasteira (Menthax villosa) que é muito eficiente contra a amebíase, giardíase, e tricomoníase que são doenças parasitárias. Os bons resultados que esse projeto vem tendo motivou o governo cearense e foi criado então o Programa Estadual de fitoterapia, que trouxeram os moldes do projeto, que vem sendo a aplicado em cerca de 30 comunidades do interior, sendo um complemento do Programa Saúde da Família (PSF). Este projeto já sofreu extensões, sendo que ele vem sendo empregado em Brasília, e nos municípios de Picos localizado no Piauí e em Altamira no Pará.