Dependendo o estágio da vida em que nos encontramos, o tempo é analisado de forma diferente. Quando somos crianças, gostaríamos que o tempo passasse bem depressa para que possamos fazer tudo aquilo que não podemos quando pequenos, o tempo vai passando e quando a adolescência chega ainda existem limites que devem ser respeitados, não vemos a hora de chegar a maioridade, tirar a carteira de habilitação, poder ficar até mais tarde na rua, o que não percebemos é que quando esta hora chega, o tempo parece passar mais depressa, e começamos a partir daí a conscientização das nossas vidas.As vezes nos sentimos inúteis, as vezes o vazio é maior, as vezes paramos para analisar o porque da nossa existência e não chegamos a lugar nenhum, parece que nada faz sentido. Concentramos a analise da nossa vida, no lado mais cruel dela. Começamos a analisar então as perdas que passamos pelo caminho. A primeira perda que temos acontece com o nosso nascimento, quando perdemos a segurança e o aconchego do útero, porem toda vez que perdemos alguma coisa, outras possibilidades surgem. Quando perdemos o aconchego do útero, ganhamos o carinho e o colo de nossa mãe.
Com o tempo perdemos a infância, a ingenuidade de acreditar em fantasias, andar de bicicleta sem rodinhas só porque alguém esta segurando, e quando este momento chega, aprendemos a questionar, descobrimos então o PORQUÊ. Acabamos por abrir as portas para um mundo que desconhecemos, mas fechamos as janelas da inocência. Crescer dói, e muitas vezes não entendemos porque temos que abrir mão de algumas coisas e colocar outras no lugar. Perdemos o direito de chorar alto e nem se preocupar se alguém esta olhando, perdemos o direito e a espontaneidade de dizer tudo aquilo que nos vem a cabeça e a partir daí temos que pensar para falar para não machucar as pessoas, quando pequenos nos ensinam que mentir é feio, mas quando crescemos percebemos que as vezes é necessário mentir para não magoar os outros.Não damos mais gargalhadas escandalosas e inocentes das mais puras cenas que nos aparecem pelo caminho, crescemos e o mundo não permite que sejamos tão transparentes e inocentes como antes. Este é com certeza o preço do amadurecimento.
