
A Brucelose constitui-se em doença infecciosa com característica de zoonose. Nos cães, o principal agente causal é a Brucella canis, mas eles podem também infectar-se por outras espécies do gênero Brucella, No Brasil, atualmente, pouco se tem feito para a determinação de dados epidemiológicos da doença, em função da dificuldade em se estabelecer o diagnóstico final. Os proprietários de canis não costumam adotar medidas de prevenção e controle, seja por simples desconhecimento da existência da doença, seja por considerarem a Brucelose como uma doença de importância menor. Estudos de soro prevalência em cães demonstraram que a doença é muito freqüente em locais com alta densidade de cães mantidos livres e em canis que não adotam medidas de controle. A Brucelose tem especial importância para criadores de cães, pois invariavelmente interrompe a carreira reprodutiva de um animal, Dentro deste gênero são descritas nove espécies independentes, cada uma com seu hospedeiro de eleição. As principais são a Brucella melitensis, a mais comum, encontrada em cabras, ovelhas e camelos, a B. abortus de bovinos, a B. suis, de suínos, a B. ovis de ovelhas e a B. canis, de cães, todas capazes de ser transmitidas ao homem. Há ainda a B. neotomae, de ratos do deserto e três novas espécies, a B. maris, B. cetaceae e B. pinnipediae recentemente isolada em mamíferos marinhos. Os suínos e os bovinos são resistentes à B. canis e as gatas podem apresentar bacteremias quando infectadas experimentalmente pela mesma bactéria, porém não abortam. As bactérias são ingeridas com o leite ou outros alimentos e invadem a mucosa intestinal. Também podem ser aspiradas ou penetrar por feridas em contacto com o animal. O período de incubação é de uma semana a um mês. A brucelose é uma doença crónica de progressão lenta. A infecção por B. mellitensis é mais grave que as outras formas. Para o tratamento da brucelose são administrados antibióticos como doxiciclina, gentacimicina, ou contrimoxazole, durante ou pelo menos um mês.