O ciclo rítmico do sono, com sua fase RMO de sonhos equivalente a cerca de 20 por cento do período total de descanso, parece ser, segundo demonstrado, uma experiência natural na vida de toda pessoa normal. Até mesmo quando uma pessoa adormecida se lembra de nomes de pessoas presumivelmente há muito olvidado, ou quando resolve os problemas que afligem o cérebro, e que não pôde resolver quando desperto, isto também nada mais é do que um aspecto especial da mente natural. Mostra que certas partes do cérebro se empenham num grande grau de atividades enquanto outras partes dormem. Isto não se dá por revelação divina ou por inspiração de deuses super naturais, como muitos afirmam. A maioria dos sonhos comuns, contudo, são bizarras demonstrações de fantasia e de imaginação, distanciando muito do mundo real. Pessoas conhecidas assumem aparências estranhas. Os animais falam. Rochas e pessoas flutuam no meio do ar com a maior das facilidades. Ambientes e situações esquisitas, completamente distorcidas e diferentes da realidade, e em desafio às leis familiares, seguem-se continuamente umas às outras em rápida sucessão. E, ainda assim, nada neste mundo de sonhos às avessas parece desarrazoado, desnatural ou fora de foco para o sonhador, isto é, até que ele acorda. Será esta, também, apenas uma função da mente natural? Sim, pois quando os centros nervosos da razão e da lógica no cérebro, bem como a faculdade da memória, estão adormecidos, não há nenhum controle sobre as seções mais profundas do cérebro em que se realizam tais dramas loucos de sonhos. Os sonhos também revelam uma origem física, no sentido de que pensamentos, experiências e atividades diárias os influenciam grandemente. Uma pessoa faminta talvez sonhe que está comendo, o sedento que está bebendo água, mas ambos acordam dessatisfeitos. Porém, isso não indica de forma alguma que os sonhos sejam mesmo revelações, não nos dias de hoje.