
A Entomologia Forense é uma ciência que aplica o estudo de insetos nos
procedimentos legais (OLIVEIRA-COSTA, 2003). Este ramo da entomologia constitui
uma valiosa ferramenta para determinar a data da morte e também outros aspectos
relacionados com o lugar e circunstâncias da mesma (BYRD & CASTNER, 2001). Essa ciência é dividida em três principais áreas: a Entomologia Urbana (que
estuda as interações entre os insetos e o ambiente urbano); Entomologia de Produtos Estocados (dedica-se a estudar as relações entre insetos e a infestação de produtos armazenados ou estocados); e a Entomologia Médico-Legal ou Médico Criminal (estuda os insetos que são úteis na elucidação de disputas judiciais ou casos criminais, envolve insetos necrófagos que geralmente vivem em contato com restos humanos ou animais em decomposição) (GOMES, 2010). As carcaças são colonizadas por uma enorme quantidade de espécies de insetos, porém nem todas despertam o interesse forense. De acordo com Goff e Catts (1990), os insetos mais importantes pertencem às ordens Diptera: famílias Calliphoridae, Sarcophagidae e Muscidae; e Coleoptera: famílias Silphidae, Dermestidae, Cleridae, Histeridae e Scarabaeidae. O primeiro caso envolvendo a Entomologia Forense é datado do século XIII, na China, onde um homem foi assassinado a golpes de foice próximo a um campo de arroz. No dia seguinte ao crime, o investigador de polícia intima os empregados da propriedade rural no qual se passou o ocorrido para que depositem seus instrumentos de trabalho no chão. Em questão de poucos minutos, moscas pousam em uma específica foice, que apresentava vestígios de sangue, diante da evidência o dono do instrumento acaba confessando o crime (BENECKE, 2001). No Brasil os estudos em Entomologia Forensetiveram início no ano de 1908, através dos trabalhos pioneiros de Edgard Roquette Pinto no Rio de Janeiro e Oscar Freire na Bahia. Com levantamentos de estudos envolvendo casos humanos e animais, esses autores registraram a diversidade da fauna de insetos necrófagos em regiões de Mata Atlântica (PUJOL-LUZ et al, 2008).