Que relação a música tem com a saúde?


Musicoterapia como meio de estabelecer equilíbrio do ser em sua totalidade. Primeiramente, questionando tais conceitos e, posteriormente, colocando a arte da música como mediadora entre o musicoterapeuta e o paciente na relação de ajuda. Os recursos para se obter a saúde do corpo crescem a cada dia. Clínicas de estética, academias e cirurgias plásticas, buscam trabalhar a aparência, aquilo que está fora, em função do paradigma atual, o mecanicismo, o homem desfragmentado, a separação entre o pensar e o sentir, a razão e a emoção, o corpo e a alma. Os altos índices de estresse, depressão e outras doenças de cunho psicológico que acontecem dentre estas mesmas massas populacionais, deixam clara, a “fome” do homem por si mesmo, daquilo que o identifique, que o potencialize, daquilo que é a sua essência. Em nosso mundo capitalista, onde os valores são ditados por aquilo que se tem e não por aquilo que se é, para sentir-se valorizado ou aceito, o homem procura ser igual ao outro e não único, diferente. Buscando se emoldurar ao padrão, cada vez mais se afasta de si mesmo. Enquanto o homem continuar buscando saciar esta fome de fora para dentro, permanecerá insatisfeito. Entende-se o ser humano como um todo físico-psicológico-social e também espiritual. Esse todo, na sua essência, é saudável, necessita crescer e auto-realizar-se, para conhecer e desenvolver os potenciais inerentes a todo ser humano. Entendam-se potenciais como energia, força, pulsão, possibilidade de agir, concretizar, definir. Ter capacidade ainda não exercida ou aplicada. Pensar a música sobre o foco da saúde pode parecer estranho. A música por si só é transformadora, capaz de alterar os estados psíquicos e físicos do ser humano. É embriagante a vasta imensidão da música. Não seríamos capazes de descrever a música, pois ela vai além do que a razão humana pode compreender. Que sons são esses que podem gerar ânimo, unidade e força entre um grupo de pessoas, capazes de proporcionar prazer ou angústia, remeter a lembranças, imagens, comunicar os mais profundos sentimentos humanos? Tão precisa quanto subjetiva, ela tem acompanhado o homem desde o início de sua existência. Ao longo da história, a música vem sendo utilizada de inúmeras formas e para diversos fins seja como forma de expressão, comunicação, interação, fonte de meditação, de lazer, de renda, seja como auxílio no processo de prevenção, restauração e reabilitação da saúde. Queremos nos ater a este último aspecto, olhando para a música como meio para se alcançar a saúde, tendo como referencial a musicoterapia, sendo o musicoterapeuta o facilitador neste processo. Quando pensamos a música além do fazer musical estético, colocamos-na como experiência de sentidos, de significados, de transcendência. Assim ela pode tornar-se um meio de alcançar e de atingir o homem em sua essência, o saudável, aquilo que lhe é próprio, único enquanto ser humano. Mas quando limitamos a percepção da música ao racional, limitamos também suas possibilidades de transformação.